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12 de outubro de 2025

Enxaqueca: saiba tudo o tratamento das dores de cabeça

 Enxaqueca: saiba tudo o tratamento das dores de cabeça Imagem: reprodução


Quem sofre com enxaqueca geralmente tem muitas dúvidas sobre como tratar efetivamente a doença e, até mesmo, como não fazer com que as dores piorem. A doença neurológica crônica afeta cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), e é considerada a segunda principal causa de anos vividos com incapacidade. “A enxaqueca impacta a vida das pessoas em diversos aspectos. Além da dor latejante, o paciente fica mais sensível à luz, aos sons e ao barulho, sofre com náuseas e tontura e tem uma piora no sono, na atenção e na memória”, explica o Dr. Tiago de Paula, neurologista especialista em Cefaleia, membro da International Headache Society (IHS) e da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC). 


Para entender de uma vez por todas o tratamento efetivo da doença, pedimos ao especialista que explicasse o que trata, não trata, ajuda ou até piora a enxaqueca:


Analgésicos comuns e remédios de crise – NÃO TRATAM. Medicamentos de venda livre como dipirona, paracetamol, ibuprofeno ou mesmo remédios das classes de triptanos e ergotamínicos somente aliviam as dores. “O uso excessivo de medicações é o cronificador mais frequente da enxaqueca, responsável por alterar a resposta dos receptores de dor no cérebro e gerar um ciclo de dependência e piora progressiva da condição, causando um efeito rebote. Esse efeito funciona dessa forma: a pessoa toma a medicação para a crise, tem um alívio momentâneo, pouco tempo depois, a dor volta (reaparece mais cedo e com mais frequência) e ela toma outro comprimido e, quando percebe, já está tomando comprimido quase todos os dias. O paciente toma remédio para dor achando que está tratando a enxaqueca, mas o uso contínuo dela faz com que os receptores fiquem ‘menos sensíveis’ e, com o tempo, o cérebro precisa de doses maiores para obter o mesmo efeito, aumentando assim a quantidade de remédios consumidos e a frequência das crises”, explica o Dr. Tiago de Paula. “É um quadro conhecido como cefaleia por uso excessivo de medicamentos”, explica.


Toxina botulínica – TRATA. Segundo o Dr. Tiago, a toxina botulínica, quando aplicada em pontos nervosos específicos, reduz a sensibilidade do cérebro à dor, ajudando no controle da doença enxaqueca. “Essa redução da hiperexcitabilidade modula receptores cerebrais da periferia do sistema nervoso central para região do encéfalo, ajudando, assim, no controle da enxaqueca. Esse é o principal tratamento para ‘descronificar’ os pacientes que temos hoje”, comenta o médico.


Chás estimulantes (preto, verde, com gengibre) e café – PIORAM. Para algumas pessoas, fazer uso de chás ou café pode funcionar para amenizar a crise, mas isso pode criar um problema maior. “A cafeína presente no café e nos chás estimulantes é conhecida como cronificador da doença. Um exemplo clássico de dor rebote pela cafeína se dá quando o paciente deixa de tomar por um dia o café que toma diariamente e tem uma dor de cabeça, e então toma o café para melhorar”, diz o médico. Além disso, o neurologista explica que o cérebro de quem sofre com enxaqueca já apresenta uma tendência maior a reagir de forma intensa a estímulos sensoriais, como luzes fortes, ruídos ou variações hormonais. “Fatores cronificadores ampliam essa reatividade, modificando circuitos cerebrais relacionados à dor e dificultando o retorno ao padrão normal”, diz o Dr. Tiago de Paula. Por outro lado, o médico diz que chás relaxantes, como o de erva-cidreira, camomila e hortelã podem ser ingeridos.


Acupuntura e massagem – NÃO TRATAM. “Não há respaldo científico de eficácia da acupuntura para o tratamento da enxaqueca. Para os poucos pacientes que relatam melhora, isso não acontece de forma sustentada, nem progressiva”, explica o Dr. Tiago. O médico também não recomenda a massagem. “Ela pode piorar e ser um gatilho para mais dores”, explica.


Fisioterapia e RPG – AJUDAM.  A fisioterapia e o RPG, segundo o Dr. Tiago, fazem parte do tratamento, como adjuvantes e podem ser indicados de acordo com a dor do paciente. “Embora não atuem diretamente na fisiopatologia da doença, elas são úteis quando há tensão muscular associada”, explica.


Medicamentos betabloqueadores – TRATAM. Os betabloqueadores (como propranolol e metoprolol) são medicamentos originalmente usados para hipertensão e problemas cardíacos, mas também têm ação comprovada na prevenção da enxaqueca. “Eles atuam modulando a excitabilidade neuronal e o tônus vascular cerebral, ajudando a reduzir a hiperatividade dos neurônios e o excesso de vasodilatação que estão envolvidos nas crises de enxaqueca. O uso é diário, preventivo, e os resultados começam a aparecer após algumas semanas de uso regular”, diz o neurologista.


Medicamentos anticonvulsivantes – TRATAM. Esses medicamentos foram desenhados para tratar epilepsia, mas, no caso da enxaqueca, eles são usados porque têm propriedades que estabilizam a atividade elétrica cerebral e reduzem a excitação neuronal anormal envolvida na fisiopatologia da enxaqueca, segundo o neurologista. “O uso é preventivo, diário, e leva algumas semanas para começar a mostrar resultados. Eles são úteis em pessoas com enxaqueca associada a excesso de sensibilidade à luz e som (fotofobia, fonofobia) e para quem tem crises muito frequentes. Os que mais têm evidência são o divalproato de sódio e o topimarato”, completa.


Anticorpos monoclonais anti-CGRP – TRATAM. Anticorpos monoclonais são medicamentos de primeira-linha para a enxaqueca. “Eles bloqueiam o efeito do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), que contribui para a inflamação e transmissão de dor e está presente em maiores níveis em pacientes com enxaqueca”, detalha o neurologista. “Em pacientes com enxaqueca crônica mais grave, a combinação da toxina botulínica com os anti-CGRPs tem se mostrado mais eficaz do que o uso isolado dessas terapias”, diz.


Cirurgia – NÃO TRATA. O médico destaca que existe uma cirurgia para enxaqueca que há décadas é tratada como experimental. “Os trabalhos científicos não são bons do ponto de vista de acompanhamento dos pacientes. Essa intervenção é vendida como uma cirurgia definitiva para tratar a doença, mas tenho diversos pacientes que fizeram a intervenção e não melhoraram. Essa também não é uma indicação de neurologistas e a cirurgia não é recomendada pela Sociedade Brasileira de Cefaleia”, comenta o Dr. Tiago.


Bloqueios nervosos – AJUDAM. Segundo o Dr. Tiago, a estratégia do bloqueio de nervo é para “apagar um fogo”. “É um tratamento de ponte. Quando o paciente está com muita dor, piorou muito, a gente bloqueia o nervo para diminuir a dor, mas não tratamos a doença propriamente dita com ele. Usamos essa estratégia para diminuir o uso excessivo de medicamentos”, enfatiza.


Exercício físico – TRATA. “Em essência, o exercício diminui a dor e ajuda no controle da doença, principalmente o exercício aeróbico. E funciona como tratamento. Mas quando o paciente está com dor moderada e com a doença crônica, o exercício pode passar a ser um gatilho e o paciente muitas vezes precisa tomar remédio para fazer atividade física. Com os tratamentos adequados para a enxaqueca, o exercício será sempre útil”, completa.


Cortar alimentos – TRATA. Existem basicamente duas classificações para alimentos que influenciam na enxaqueca: os que são gatilhos e aqueles considerados cronificadores. “O vinho, por exemplo, é um gatilho. Além do álcool, ele tem taninos que podem causar a liberação de serotonina, um neurotransmissor que pode afetar a circulação sanguínea no cérebro, levando à dor de cabeça. No caso dos queijos, alguns podem ser gatilhos. Esses alimentos podem ser retirados em um primeiro momento, mas com o tratamento adequado, eles podem ser reintroduzidos, pois perdem a força com o passar do tempo. O mesmo não ocorre com os cronificadores, como o chocolate. Ele entra na mesma linha do café. O cacau é uma das sementes com mais cafeína depois do próprio café”, comenta o médico.


Psicoterapia, meditação e mindfulness – AJUDAM. Segundo o médico, essas terapias podem ajudar no controle e na redução das crises de enxaqueca. “É um trabalho difícil, pois o cérebro do paciente com enxaqueca é muito acelerado, mas quando eles conseguem aderir a essas técnicas, isso ajuda muito no controle. É algo que já observamos em clínica quando há esse foco multiprofissional”, destaca o Dr. Tiago. Uma recente revisão sistemática, publicada na Headache (The Journal of Head and Face Pain), também valida os efeitos dessas terapias na enxaqueca.


Acompanhamento multidisciplinar – TRATA. Quando, além do neurologista, o paciente recebe suporte de nutricionista, psicoterapeuta e até cirurgião dentista, isso ajuda a tratar a doença de forma mais rápida. “Por exemplo, paciente que tem apertamento de dente, o dentista vai ajudar com a toxina botulínica ou com dispositivos intraorais. E isso também faz parte do tratamento adjuvante. A nutrição também ajuda, com identificação de alguns gatilhos no início do tratamento e a retirada desses alimentos que pioram. Depois esses gatilhos perdem a força. A inclusão de suplementos como magnésio, riboflavina e coenzima Q10 podem ajudar, mas não usamos como tratamento único”, comenta. “Também é importante uma mudança no estilo de vida. Dormir bem, fazer atividade física, retirar os cronificadores e seguir uma dieta equilibrada. Tudo isso ajuda bastante no tratamento da enxaqueca e na prevenção das dores”, finaliza o Dr. Tiago de Paula.


FONTE: *DR. TIAGO DE PAULA: Médico neurologista especialista em Cefaleia pela Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP), membro da International Headache Society (IHS) e da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC). Tem especialização em Neurocefaleia pela EPM/UNIFESP, onde também realizou a graduação em Medicina e a residência médica em Neurologia. Atuou como preceptor dos ambulatórios de enxaqueca infantil, enxaqueca do adulto e migrânea vestibular da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e atualmente integra o corpo clínico do Headache Center Brasil, em São Paulo (SP). Pesquisador sobre dores de cabeça, o médico também é palestrante em congressos nacionais e internacionais e autor de artigos, capítulos, livros e publicações científicas. CRMSP 168999 | RQE 18111 | Instagram: @drtiagodepaula 






















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26 de agosto de 2025

Saúde: Diminuição da qualidade do sono é um dos primeiros sintomas da menopausa

Saúde: Diminuição da qualidade do sono é um dos primeiros sintomas da menopausa imagem reprodução


A menopausa é marcada por uma série de mudanças, desafios e sintomas. E o que poucas mulheres saber é que o efeito da menopausa sobre o sono é um dos mais comuns e mais precoces. “Ele pode aparecer já numa fase inicial da transição menopausal, em uma mulher que ainda tenho ciclos normais, que ainda não tem outros sintomas significativos. Essa pode ser uma das primeiras manifestações. Ela começa a dormir mal, ter dificuldade de adormecer, ter despertares noturnos, dificuldade de voltar a dormir, o sono mais leve, menos reparador”, diz o ginecologista Dr. Igor Padovesi, autor do livro 'Menopausa Sem Medo' (Editora Gente), especialista em menopausa certificado pela North American Menopause Society (NAMS) e membro da International Menopause Society (IMS). “Os distúrbios do sono estão frequentemente associados às flutuações hormonais e aos sintomas vasomotores (como ondas de calor e suores noturnos) associados à menopausa. 



Além disso, uso de psicotrópicos, obesidade, outras comorbidades e a não realização de terapia hormonal também têm relação com o problema”, explica a Dra. Ana Paula Fabricio, ginecologista, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO). “Na menopausa, a diminuição do estrogênio pode causar a piora da qualidade do sono e a ocorrência de ondas de calor, que, quando acontecem à noite (suores noturnos), podem interferir no sono, o que frequentemente resulta em fadiga e pode levar à irritabilidade e instabilidade emocional”, explica o Dr. Nélio Veiga Junior, médico ginecologista e obstetra, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/UNICAMP). “A progesterona é um hormônio que ajuda muito, principalmente na indução e regulação do sono, e o estrogênio está muito relacionado também a um prolongamento desse sono de qualidade, para que ele seja regenerador. Na menopausa, com a queda hormonal, há um comprometimento tanto para pegar no sono quanto para manter um sono que realmente proporcione descanso”, explica a ginecologista Dra. Patricia Magier, formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). 



E como as mulheres muitas vezes enfrentam múltiplos desafios nesta fase da vida, como estar no topo da carreira e, ao mesmo tempo, cuidar de pais e adolescentes, elas podem simplesmente presumir que esses problemas de sono se devem ao estresse. “Precisamos desmitificar isso para que elas entendam a importância de buscar ajuda médica. As mulheres não deveriam deixar ninguém lhes dizer que é apenas fadiga ou que faz parte por estar nesta faixa etária. É um sinal de que pode haver algo que vale a pena consertar”, diz a endocrinologista Dra. Deborah Beranger, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ). “Estamos falando de um problema que impacta não só na qualidade de vida, na medida em que deixa a paciente menos produtiva, mais sonolenta e cansada durante o dia, mas que também é associado a um risco aumentado de problemas cardiovasculares e mortalidade”, completa a médica. “As mulheres que estão passando pela menopausa definitivamente deveriam ficar de olho em seus hábitos de sono e levar isso a sério, procurando ajuda ao notar mudanças de padrão. Numerosos estudos encontraram uma ligação entre sono deficiente ou insuficiente e um risco aumentado de doenças cardíacas e derrames. Em 2022, a American Heart Association adicionou a duração do sono como uma das oito principais medidas de saúde cardiovascular, recomendando que os adultos durmam de sete a nove horas por noite”, alerta a especialista. “Problemas ligados à saúde mental, como ansiedade, alterações do humor, também dificultam muito para que você tenha um sono que realmente leve a um descanso”, comenta a Dra. Patricia Magier.




Saúde: Diminuição da qualidade do sono é um dos primeiros sintomas da menopausa imagem reprodução



O primeiro passo é consultar um profissional de saúde ou especialista em sono para identificar o problema e verificar se realmente trata-se de uma questão relacionada ao sono ou se o cansaço pode ter outra causa.  “O cansaço, no dia a dia, pode ter várias causas. Anemia, diabetes, glicose alta, hipotireoidismo (que é a diminuição da produção de hormônio de tireoide), alteração cardíaca (quando a bomba cardíaca não está funcionando de maneira adequada), hipertensão ou arritmias gerando problemas cardíacos, doenças mentais (depressão, síndrome do burnout que hoje em dia é tão comum encontrar pacientes com esgotamento físico e ansiedade) podem ser causas do cansaço. E algumas medicações que também podem causar fadiga”, explica a Dra. Deborah. Mas o fator hormonal também pode impactar realmente na sensação de cansaço, segundo o Dr. Igor. “É um sintoma que chega a ser exagerado às vezes, da mulher se sentir realmente esgotada, muito sem energia e ter essa percepção de que continua fazendo as mesmas coisas que ela fazia antes, as mesmas atividades, mas passa a se sentir muito mais cansada. E o cansaço tende a piorar se não for tratado adequadamente. A mulher vai tendo mais efeitos da falta progressiva do estrogênio, o corpo vai perdendo massa muscular e óssea, a sensação de vitalidade e disposição vai progressivamente piorando”, diz o especialista em menopausa.



Felizmente, muitos problemas de sono podem ser prevenidos ou melhorados através da adoção de boas práticas de sono. “É importante permitir-se tempo suficiente para relaxar durante a noite, criar um ambiente escuro e favorável ao sono, aumentar a exposição à luz somente durante o dia e definir horários regulares para dormir e acordar”, aconselha a Dra. Deborah Beranger. É recomendado também adotar mudanças no estilo de vida. “Prática regular de atividade física, evitar tabagismo, álcool e cafeína, introduzir técnicas para reduzir o estresse (ioga, meditação e técnicas de relaxamento) são fundamentais”, diz o Dr. Nélio Veja Júnior. Para problemas mais graves de insônia, a terapia cognitivo-comportamental ou, se necessário, a medicação pode ajudar, de acordo com a endocrinologista. E caso realmente haja um fator hormonal envolvido na falta de sono e na fadiga, a reposição hormonal pode ser indicada. “Nessas mulheres analisadas com cuidado, a reposição hormonal adequada vai melhorar os sintomas em geral, inclusive reduzindo ondas de calor e suores noturnos e melhorando o sono, o humor e as queixas de cansaço”, comenta o Dr. Igor Padovesi. “Junto da terapia hormonal, podemos usar também alguns suplementos, como o magnésio para ajudar bastante nessa questão da qualidade do sono. E uma melhora no sono repercute diretamente na energia, no foco, na disposição e no bem-estar dessa mulher”, finaliza a Dra. Patricia Magier.







FONTES: 

*DR. IGOR PADOVESIMédico ginecologista, autor do livro 'Menopausa Sem Medo' (Editora Gente), especialista em menopausa certificado pela North American Menopause Society (NAMS) e membro da International Menopause Society (IMS). Formado e pós-graduado pela USP, onde foi preceptor da disciplina de Ginecologia. Também é especialista em cirurgias ginecológicas minimamente invasivas e criador do Instituto de Cirurgia Íntima, sendo reconhecido internacionalmente por sua liderança nessa área. É membro sênior da European Society of Aesthetic Gynecology (ESAG) e em 2024 conquistou dois prêmios de primeiro lugar em congressos mundiais com sua técnica de ninfoplastia a laser, realizada em consultório. Também é palestrante e mentor de médicos nas áreas de menopausa e cirurgias íntimas. Instagram: @dr.igorpadovesi


*DR. NÉLIO VEIGA JUNIOR: Médico ginecologista e obstetra, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/UNICAMP). Atua em consultório privado e já foi médico preceptor no curso de Medicina da UNICAMP e médico pesquisador no Centro de Pesquisa em Saúde Reprodutiva de Campinas. Participa periodicamente de congressos, eventos e simpósios, além de ser autor de diversos artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais. CRM 162641 | RQE 87396 | Instagram: @neliojuniorgo


*DRA. DEBORAH BERANGER: Endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e pós-graduação em Terapia Intensiva na Faculdade Redentor/AMIB. Com cursos de extensão em Obesidade, Transtornos Alimentares e Transgêneros pela Harvard Medical School, a médica tem MBAs de Saúde e Qualidade de Vida, de Marketing e Branding Médico e de Mindset, todos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e curso de Obesidade e de imersão em Medicina Culinária pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Fez Fellowship pela European Association for the Study of Obesity, em Portugal; é speaker dos laboratórios Servier, Novo Nordisk, Novartis, Merck, AstraZeneca, Lilly e Boehringer. Instagram: @deborahberanger


*DRA. PATRICIA MAGIER: ginecologista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com residência médica pelo IASERJ e pós-graduação pela Universidade do Rio de Janeiro – UNIRIO, e Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia – TEGO; também possui especialização em Medicina Integrativa e Funcional. Criadora do Método Plena para cuidado da mulher de forma completa, profunda e individualizada. Além disso, é mentora de médicos na formação Plena Master’s. CRM-RJ 54925-6 | RQE 34538 | Instagram: @drapatriciamagier


*DRA. ANA PAULA FABRICIO: ginecologista, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO). Graduada em Medicina pela Unoeste de Presidente Prudente, com Residência em Ginecologia e Obstetrícia pela Santa Casa de Araçatuba. Possui Pós-graduação em Nutrologia pela ABRAN, Pós-graduação em Medicina Estética e Pós-graduação com Dr. Lair Ribeiro em Prevenção e Tratamento de Doenças Relacionadas com a Idade. Instagram: @dra.anapaulafabricio

 













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17 de julho de 2024

Benefícios inesperados das "canetas" emagrecedoras mostram por que a obesidade é tão maléfica à saúde

Benefícios inesperados das "canetas" emagrecedoras mostram por que a obesidade é tão maléfica à saúde


Não faz muito tempo, a agência americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou a semaglutida, o ingrediente ativo das famosas canetas emagrecedoras como Ozempic e Wegovy, para o tratamento da obesidade e, também, para redução do risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral em pacientes com obesidade e doenças cardíacas. Muitos relatos nas redes sociais mostrando uma melhor qualidade de vida somaram-se a alguns estudos, que começaram a surgir trazendo benefícios, para muitos, “inesperados” do tratamento antiobesidade; mas a verdade é que os médicos que trabalham com obesidade já sabiam há muito de algumas relações. “A ciência está mostrando, por meio dos estudos que acompanham pacientes que emagrecem com os medicamentos análogos ao GLP-1, que o acúmulo excessivo de gordura corporal está ligado a uma série de doenças, dentre elas o diabetes mellitus, dislipidemias, hipertensão arterial, problemas respiratórios, cardiovasculares, osteoarticulares, doenças inflamatórias, digestivas, degenerativas e neoplásicas. Estar excessivamente acima do peso também pode sobrecarregar os rins, o que, somado ao aumento da pressão arterial, faz com que o órgão perca progressivamente suas funções, deixando de filtrar o sangue e produzir hormônios, o que causa, consequentemente, a doença renal crônica”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). “Além disso, a obesidade se relaciona com as doenças psiquiátricas como depressão e baixa autoestima; estudos têm considerado a inflamação causada pela obesidade como um fator de risco para doenças neurológicas, como a doença de Alzheimer e outras comorbidades neurais. O excesso de peso corporal também pode causar desregulações hormonais, que causam infertilidade, pioram o sono e destroem a qualidade de vida. A chave para entender essas ligações é saber que a obesidade aumenta o estado inflamatório do corpo. Com mais inflamação, há maiores riscos de inúmeras doenças e condições”, acrescenta a endocrinologista Dra. Deborah Beranger, médica com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e cursos de extensão em Obesidade e Transtornos Alimentares pela Harvard Medical School.


GLP-1 é a abreviação de peptídeo 1 semelhante ao glucagon, um hormônio natural que estimula a produção e liberação de insulina, retarda a digestão, reduz o apetite e diminui o foco do cérebro na comida. “As canetas emagrecedoras são medicamentos com esse composto e que são aplicadas através de injeção. Elas atuam no cérebro aumentando a saciedade e retardam o esvaziamento gástrico dando uma sensação de que comemos mais”, diz a Dra. Deborah Beranger. “Esses medicamentos foram originalmente desenvolvidos como tratamentos para diabetes, mas à medida que mais pessoas começaram a tomá-los, os pesquisadores observaram que esses medicamentos são eficazes para muito mais condições do que apenas diabetes e perda de peso”, diz a Dra. Marcella Garcez. “No entanto, todos os benefícios adicionais são relacionados ao emagrecimento. Não é indicado o uso desse medicamento para pacientes que não são portadores de obesidade ou outras doenças metabólicas como diabetes do tipo 2, assim como não deveria ser utilizado sem prescrição médica, porque não é livre de contraindicações e efeitos colaterais”, ressalta a médica nutróloga.


Nem todas as boas notícias dos medicamentos emagrecedores relatadas pelos usuários são confirmadas por estudos científicos. Algumas sensações podem ser comuns à perda de peso e outras podem ser mais complexas, mas incluem libertação de vícios (bebida alcoólica e cigarro), diminuição da ansiedade e da raiva e melhora da fertilidade.



Benefícios inesperados das "canetas" emagrecedoras mostram por que a obesidade é tão maléfica à saúde


Menor risco de insuficiência cardíaca



Na insuficiência cardíaca, o coração perde progressivamente a capacidade de bombear sangue suficiente para o resto do corpo. “Destes pacientes, aproximadamente metade tem um tipo conhecido como insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, em que o coração consegue bombear normalmente, mas está rígido demais para se encher de sangue. Em estudo publicado no ano passado, pesquisadores testaram a semaglutida como tratamento para insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada em pacientes não diabéticos. O resultado: os pacientes que receberam o medicamento apresentaram menos sintomas e relataram melhor qualidade de vida, em comparação com aqueles que receberam o placebo. Os pacientes que receberam o medicamento apresentaram níveis mais baixos de proteína C reativa, que é um marcador de inflamação”, diz a Dra. Deborah. “Esta é uma grande descoberta, mas o estudo foi demasiado pequeno para determinar se a semaglutida pode reduzir o risco de hospitalização ou morte, mas dada a melhora acentuada na qualidade de vida dos pacientes, é promissor. Alguns desses benefícios são provavelmente relacionados à perda de peso”, diz a endocrinologista. “Mas os cientistas também lançam outras teorias, já que esses medicamentos também são cardioprotetores e reduzem a inflamação, que é conhecida por causar insuficiência cardíaca”, diz a Dra. Deborah.


Proteção contra doença renal



Os rins são muito sensíveis ao excesso de gordura corporal. É por isso que há no mundo uma epidemia de doença renal crónica – relacionada com o aumento da prevalência da obesidade. Mas existem poucos tratamentos eficazes. “Como demonstraram alguns estudos recentes, o agonista do GLP-1, dulaglutida, ajuda pacientes que sofrem de doença renal crônica e diabetes. Num ensaio recente que analisou o efeito da semaglutida em doentes com doença renal crônica e diabetes tipo 2, outra doença que se relaciona com a piora do funcionamento dos rins, o tratamento foi tão eficaz no atraso da progressão da doença renal crônica que o ensaio clínico foi interrompido precocemente para que todos os doentes do ensaio pudessem se beneficiar do tratamento medicamentoso”, diz a médica nutróloga. “Foi o único ensaio com semaglutida que foi interrompido precocemente devido à eficácia. Para interromper precocemente um ensaio de eficácia, isso mostra que existem provas tão suficientemente fortes da sua eficácia que já não seria considerado ético continuar a administrar o placebo a outro grupo de pacientes”, destaca a Dra. Marcella. “Os efeitos sobre os rins são apenas parcialmente devidos à redução de fatores de risco, como pressão arterial, açúcar no sangue e peso. Outros benefícios provavelmente resultaram da redução da inflamação”, acrescenta a médica nutróloga.


Maiores chances de gravidez?



Um número crescente de pacientes que tomam agonistas do GLP-1, como Ozempic ou Mounjaro, relatou nas redes sociais um efeito colateral surpreendente: a gravidez inesperada, que para alguns pacientes ocorreu após anos de luta contra a infertilidade. Os relatos foram apelidados pela imprensa


norte-americana de “Baby Boom Ozempic”, em analogia aos crescentes relatos que fazem a relação entre os medicamentos e a melhora da fertilidade. “Pouco se sabe sobre os efeitos do Ozempic e de medicamentos semelhantes em mulheres que desejam engravidar ou que engravidam enquanto tomam os medicamentos, porque foram especificamente excluídas dos primeiros ensaios clínicos do medicamento. No entanto, já é bem estabelecido pela ciência que há melhora da ovulação com a redução da resistência à insulina e do peso, dois benefícios promovidos por esse tipo de medicamento”, pontua o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita. “A perda de peso pode afetar a ovulação e a fertilidade. Da mesma maneira, com o equilíbrio dos hormônios e a melhora da resistência à insulina, o acesso hormonal volta a funcionar e isso pode ajudar com que as mulheres comecem a ovular novamente – e dependendo do grau de resistência à insulina e obesidade, elas podem não estar ovulando há anos. Há uma suspeita, também, de que os medicamentos interfiram nos contraceptivos orais em alguns pacientes”, diz o médico. “No entanto, existem diversos marcadores relacionados à fertilidade de um casal, que quando quer engravidar precisa ser acompanhado por uma equipe especializada e multidisciplinar. Não faz sentido usar um medicamento para emagrecer, sem orientação médica, com o objetivo de engravidar”, diz o Dr. Fernando.


Segundo a Dra. Deborah, pacientes obesos com fator de risco para hipertensão arterial, dislipidimias, infarto e AVC também podem se beneficiar do emagrecimento promovido por esse tipo de medicamento. Em breve, o Brasil também receberá outros compostos, mais potentes, o que poderá trazer ainda mais benefícios. “A tirzepatida (análogo do GLP-1 e de outro hormônio, GIP) promete um efeito adicional ao melhorar a secreção de insulina pelas células beta do pâncreas. Em estudos, existe a droga experimental retatrutida (além dos dois hormônios, GLP-1 e GIP, mimetiza mais um, o glucagon). O medicamento ajudou as pessoas a perder, em média, cerca de 24% de seu peso corporal. Enquanto a GIP melhora a forma como o corpo decompõe o açúcar, o glucagon pode reduzir o apetite e ajudar o metabolismo a funcionar com mais eficiência. A ciência está ‘pegando’ essas moléculas normais de sinalização presentes no corpo e as transformando em medicamentos”, destaca a Dra. Marcella. Mas todos eles precisam ser administrados com prescrição e acompanhamento médico. “O tratamento de obesidade é individualizado, há pacientes com padrão compulsivo, outros com depressão associada, insônia, saciedade reduzida, ansiedade, metabolismo lento. Todos esses fatores devem ser analisados para avaliar as melhores medicações e, também, reduzir os efeitos colaterais”, finaliza a endocrinologista.



FONTES: 


*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez


*DRA. DEBORAH BERANGER: Endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e pós-graduação em Terapia Intensiva na Faculdade Redentor/AMIB. Com cursos de extensão em Obesidade, Transtornos Alimentares e Transgêneros pela Harvard Medical School, a médica tem MBAs de Saúde e Qualidade de Vida, de Marketing e Branding Médico e de Mindset, todos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e curso de Obesidade e de imersão em Medicina Culinária pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Fez Fellowship pela European Association for the Study of Obesity, em Portugal; é speaker dos laboratórios Servier, Novo Nordisk, Novartis, Merck, AstraZeneca, Lilly e Boehringer. Instagram: @deborahberanger


*DR. FERNANDO PRADO: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres - Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Instagram: @neovita.br















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