
Livro: Um cara qualquer é finalista do Prêmio Jabuti na categoria Capa (imagem divulgação)
O projeto gráfico assinado
pela Project Nine para a Primavera Editorial é um dos finalistas do Prêmio
Jabuti 2019, na categoria Capa. Conduzido por Francisco Martins, a proposta
artística foi criada para traduzir, graficamente, a história de uma violência
sexual marcada pela singularidade, estranhamento e inversão de papéis. Um Cara
qualquer foi escrito pela premiada atriz norte-americana, Amber Tamblyn e lançado,
no Brasil, pela Primavera Editorial.
O projeto do livro Um Cara Qualquer foi desenvolvido com o
intuito de interagir com leitor, mantendo um padrão visual como as mensagens
trocadas em dispositivos. “Trabalhei com a ideia de tornar simples, algo que é
muito complicado. Por abordar o tema violação, a capa precisava representar uma
comunicação rápida, segura e eficaz, tomando o cuidado de não ativar possíveis
gatilhos emocionais. O grande
diferencial, na minha opinião, reside no efeito de fazer ‘sumir’ uma das
palavras do título, fazendo com que o leitor possa se interagir”, detalha
Martins, acrescentando que a inspiração veio da frase Nem tudo é o que parece
ser. “Com esse start, apresentei a ideia para editora, que embarcou comigo
nessa aposta. O resultado foi gratificante e ter o feedback de leitores,
afirmando que o projeto faz todo o sentido para o livro, que a narrativa visual
ajuda a enriquecer o diálogo e cria pontos de tensão na narrativa, só mostra o
quanto o caminho estava certo”, salienta.
Sobre o livro
Romance de estreia da premiada atriz e escritora
norte-americana Amber Tamblyn, Um Cara Qualquer (Any Man, título original) é um
livro provocativo e brutal. Combina gêneros de poesia, prosa e elementos de
suspense para dar forma às narrativas chocantes das vítimas de violência
sexual, mapeando as formas destrutivas pelas quais a sociedade contemporânea
perpetua a cultura do estupro. O extraordinário é como, com o passar dos anos,
essas pessoas aprendem a se curar, unindo-se e encontrando um espaço para
levantar as vozes. Com pontos de vistas alternados – e uma assinatura para cada
voz e experiência da vítima – as páginas crepitam de emoção que vão do horror à
empatia; e tiram o fôlego do leitor. Ousada, a obra pinta um retrato marcante
da sobrevivência e é um tributo àqueles que viveram o pesadelo da agressão
sexual.
O romance trata do tema agressão sexual de forma singular;
uma narrativa que tem causando incômodo a muitos leitores norte-americanos. No
livro, o vilão é uma mulher que atinge homens com agressões sexuais tão
violentas e perturbadoras que poderiam ter sido arrancadas de um filme de
terror. As vítimas do sexo masculino são narradores e mergulham na dor profunda
de lidar com as consequências do crime que sofreram. Em entrevista para
Stephanie Merry, editora de Booke World do jornal The Washington Post, Amber
afirma: “A arte precisa trazer conversas difíceis; eu não tenho dúvidas de que
esse livro vai incomodar muita gente, mas estou bem com isso.”
Por traz da escolha de Amber Tamblyn há o desejo de chamar a
atenção para um problema que atinge a sociedade como um todo. Há assédio sexual
tanto de mulheres quanto de homens; há vítimas e algozes nos dois lados. “E
temos que falar sobre o prejuízo humano que envolve essa violência. Pela força
da narrativa e relevância do tema, escolhemos esse romance para estrear uma
tecnologia de leitura que trará o leitor para dentro da história”, afirma Lu
Magalhães, presidente da Primavera Editorial.
Sobre a editora
A Primavera Editorial é uma editora que busca apresentar
obras inteligentes, instigantes e acalentadoras para a mulher que busca
emancipação social e poder sobre suas escolhas. www.primaveraeditorial.com
Me encontre nas redes sociais: